A Mágika requer confiança; sem ela, a realidade se recusa a obedecer aos seus desejos ou dá-lhe um tapa na cara pela sua presunção. Se a confiança do mago ficar muito abalada, ele poderá duvidar da sua habilidade de fazer o que precisa. Isso pode paralisá-lo justamente quando ele mais precisa dos seus poderes. Excesso de confiança, por outro lado, leva à hubris, que cria horrores, mesmo a partir das melhores intenções. Já que eu posso transformar a realidade com a minha vontade, acredita o mago vaidoso, minha vontade sempre estará correta. Essa atitude leva à arrogância, às rivalidades e finalmente à estagnação. Um mago orgulhoso pode ter muito poder, mas ele perde sua iluminação, sua razão de ser e geralmente seus amigos durante o processo. Sem moderação, ele se torna uma força da corrupção, não do crescimento. A Decaída Nefândica, a Perseguição Tecnocrática e as intrigas de Doissetep são apenas alguns dos exemplos mais óbvios de arrogância em ação. (pág. 34)
Ninguém e nada pode interagir com qualquer um ou qualquer coisa sem ser afetado de volta. A teoria da Ressonância afirma que, do mesmo modo que um mago afeta o mundo com sua mágika, essa mágika o afeta de volta. Usando o seu poder, ele fundamentalmente muda a si mesmo, e um pedaço de si permanece com a mágika. O efeito da Ressonância pode não ser percebido a curto prazo. Muitos magos, entretanto, apontam para os Mestres das Esferas, que inevitavelmente refletem essas mesmas esferas de algum modo, evidenciando a Ressonância. Um Mestre da Vida, por exemplo, normalmente envelhece lentamente e nunca fica doente.
(...) Seja qual for a causa dessas manifestações, a Ressonância parece ser uma lição contínua: não importa o que você faça, tenha certeza de estar disposto a sofrer as consequências!
Outro efeito perigoso da interação entre a mágika e o mago pode ser a hubris — o orgulho ufano que atinge os artífices da vontade que acred i t am que o seu poder faz com que estejam certos. Isso leva a um excesso de confiança — uma causa comum de Paradoxo, ações maléficas, avareza ou ruína. Acreditando na sua própria "propaganda", o mago pode perder sua perspectiva iluminada. A hubris mancha a mágika, tornando-a pequena e egoísta.
Por essas razões, os Mestres de Akasha ensinam seus discípulos a serem como um salgueiro, e não como um carvalho. Um mago que sucumbe à hubris não tem mais a flexibilidade mental e emocional para perceber ou aceitar mesmo os pequenos fracassos. Essa rigidez muitas vezes leva ao desastre, apesar de um mago orgulhoso poder se tornar surpreendentemente poderoso antes de levar a desgraça a si mesmo. (in. Ressonância e Hubris, pág. 71)
Os efeitos do orgulho excessivo podem ser variados e complexos demais para que se crie um sistema. A maneira pela qual o Narrador trata dessas situações dependerá do mago, das suas ações, da mágika que usou (e da maneira como a usou), das reações das pessoas ao seu redor e das necessidades da crônica. Entretanto, as seguintes dicas devem lhe oferecer algumas opções ao lidar com o "lado negro" e as suas repercussões.
A Hubris normalmente toma conta de um místiko quando ele começa a ficar muito cheio de si. Talvez ele (ou o seu jogador) tenha começado a tratar a rnágika levianamente — no final das contas, é a transformação da realidade. Talvez ele tenha começado a agir de modo irresponsável — explodindo aviões para matar o Homem de Preto a bordo, ou invocando um grifo faminto no Central Park sem se preocupar com os Adormecidos que podem ser feridos. Ou talvez o próprio jogador tenha tomado a decisão de tentar seu personagem com ódios antigos, medos que não foram resolvidos ou novos prazeres. As circunstâncias dependerão do grupo. No entanto, não tenha medo de usar a hubris como nivelador contra personagens poderosos que simplesmente querem lançarbolas de fogo ao redor da cidade ou esvaziar todos os caixas automáticos num raio de milhas. Se a cobiça de um jogador afetar as ações do seu personagem, que assim seja. (in. Hubris & Ressonância, pág. 230)
- Mago: A Ascensão, 2ª edição
Estejam atentos. ^^